Psicólogo retrata que a ejaculação precoce é permeada de ansiedade e da ausência
do diálogo à respeito de sua sexualidade para com o outro.
Discutir sobre a sexualidade humana ainda é um grande tabu. Isso porque falar
à respeito do sexo traz inúmeros questionamentos, desconhecimentos, preconceitos,
crenças ao longo dos séculos, abarcando questões culturais, sociais e familiares.
A ejaculação precoce ocorre quando o homem atinge o orgasmo velozmente
no momento da relação sexual, embora possa ocorrer durante as preliminares ou
ainda quando o homem inicia a penetração. É algo que constrange o sujeito, bem
como sua(seu) parceira(o), gerando grande desconforto na relação, frustração,
impotência e possível sensação que não consegue proporcionar prazer na cama ao
outro. A ejaculação precoce pode iniciar na adolescência, principalmente porque a
educação sexual ainda é pouco explanada dentro dos lares brasileiros. A vergonha
ainda é presente quando o assunto é a sexualidade humana. Pais e responsáveis não
conversam com seus filhos sobre o tema.
Realizar o ato sexual rapidamente, com bastante intensidade, pode ocasionar o
gozo precoce e, por isso, deve-se ter cautela nas regiões corpóreas que mais
proporcionam excitação para si próprio. A sensibilidade em determinadas áreas do
corpo humano pode gerar a ejaculação precoce.
O ponto crucial da ejaculação precoce é a ansiedade. Os indivíduos podem
estar ansiosos, estressados, com dificuldades afetivo-emocionais na relação amorosa,
problemas financeiros e situações das mais variadas. Quanto mais a ejaculação
precoce ocorre, mais o homem têm receio de ocorrer no próximo ato sexual. Há casos
de homens que ficam tão mal com o ejacular precoce que acabam tendo dificuldades
de ereção. O aspecto emocional contribui decisivamente para essas questões.
No que se refere ao tratamento, há medicações que podem ajudar na resposta
ejaculatória, sendo necessária avaliação com profissional médico. A psicoterapia
realizada com o psicólogo deve ser realizada para diminuir esse desconforto para o
homem. Muitos são os sujeitos que buscam respostas rápidas e prontas –
especialmente na Internet -, encontrando sugestões muitas vezes não reconhecidas
pela ciência e que podem prejudicar mais ainda o organismo. Procurar apoio para
dividir tais questões é de suma importância, sendo que o psicólogo possui escuta
qualificada, espaço sigiloso, discreto e ético.
Cabe destacar que o indivíduo pode dialogar na relação que está vivendo
naquele momento, de forma ampla e aberta, sem julgamentos e preconceitos, afinal, a
relação pode ficar abalada. Cada sujeito possui seus desejos e tempo particulares,
sendo que o sexo pode ser desmistificado.
Marcos Felipe Chiaretto é psicólogo (CRP: 06/103721), atua na área de
sexualidade humana nos municípios de Descalvado e Porto Ferreira, é
especialista na área de dependência química, avaliação psicológica e é
mestrando em educação sexual. Atende o Plano Uniprev em ambos os
municípios.